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Ninja Gaiden 4: O jogo que me fez amar o caos controlado (e morrer 100 vezes)

Ninja Gaiden 4

Ninja Gaiden 4: O jogo que me fez amar o caos controlado (e morrer 100 vezes)

A expectativa para Ninja Gaiden 4 era enorme, mas confesso que havia um certo ceticismo no ar. Depois dos altos e baixos da franquia, especialmente com o capítulo anterior, era difícil não questionar se a série conseguiria retornar ao seu antigo esplendor. Mas meus amigos, que agradável surpresa! A parceria entre Team Ninja e PlatinumGames não apenas resgatou a essência da série, como entregou aquela experiência de puro suco de videogame que tanto amamos.

Depois de passar mais de 20 horas cortando, esfaqueando e desmembrando tudo que aparecia pela frente, vou contar tudinho sobre essa experiência intensa. Se você tá cansado de jogos que te tratam com luvinhas e quer um desafio de verdade, vem comigo que esse review vai te interessar!

Dois Ninjas, Dobrada Diversão: A Evolução da Narrativa

A primeira grande sacada do jogo é que a gente não controla só o lendário Ryu Hayabusa. Conhecemos o Yakumo, um ninja mais novo do Clã do Corvo que tem métodos… digamos, pouco convencionais. Enquanto Ryu é aquele clássico que a gente conhece e ama – poderoso, preciso e mortal – o Yakumo é ágil, rápido e tem uns truques na manga que deixam o combate ainda mais dinâmico.

A história se passa alguns anos após os eventos de Ninja Gaiden 3, mostrando uma Tóquio transformada onde o tradicional e o futurista se misturam de forma fascinante. O conflito central gira em torno da Sacerdotisa do Dragão das Trevas, criando um impasse filosófico entre os dois protagonistas. Ryu, em sua postura tradicional, quer impedir o renascimento da ameaça a qualquer custo, enquanto Yakumo acredita que precisa revivê-la para derrotá-la de vez.

O que funciona muito bem é que a narrativa não tenta ser mais complexa do que precisa ser. Ela cumpre seu papel de te levar de uma luta épica para outra, com personagens carismáticos e algumas surpresas pelo caminho. A dinâmica entre o veterano conservador e o novato rebelde adiciona camadas interessantes à jornada, sem nunca atrapalhar o ritmo frenético do gameplay.

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Foto via: Team Ninja

Estrutura de Campanha: Mais que Apenas Matar Inimigos

A campanha principal oferece entre 15 e 20 horas de gameplay no modo normal, dependendo do quanto você explora. Cada fase dura em média 20 a 40 minutos, mas o legal é que não se trata apenas de correr e matar tudo pela frente. O jogo incentiva a exploração com salas secretas, grupos de inimigos opcionais e os famosos desafios de “Purgatório” – arenas especiais onde você enfrenta ondas de inimigos para ganhar recompensas extras.

A progressão é bem pensada: ao final de cada fase, você recebe uma nota de desempenho baseada no tempo, combos alcançados, itens usados e número de mortes. Conseguir a classificação máxima em cada fase é um desafio e tanto, garantindo horas extras de diversão para os completionistas. Além disso, os Cristais de Essência de Dragão escondidos pelos cenários permitem aumentar sua vida e ki, dando aquela motivada extra para explorar cada cantinho.

O Combate: Pura Poesia em Forma de Violência

Agora vamos ao que realmente importa: O GAMEPLAY! Meu Deus, que coisa linda!

Controlar o Yakumo é uma experiência completamente diferente. Ele é mais leve, mais rápido, e tem uma habilidade especial que é simplesmente GENIAL: o Laço Sanguíneo. Quando você segura o L2, as armas dele se transformam, os golpes ficam mais poderosos e você pode até interromper ataques inimigos. É como se o jogo dissesse: “Tá difícil? Toma aqui um power-up estratégico!”

Mas não se engane – isso não é um “modo fácil”. O jogo continua sendo BRUTAL. A tela enche de inimigos, tudo explode, sangue voa pra todo lado e você precisa ter reflexos de ninja de verdade para sobreviver. Nos primeiros capítulos, eu morri tanto que até perdi a conta. Mas aí vem a magia: cada morte te ensina algo. Você aprende os padrões dos inimigos, melhora seus timings e, quando menos espera, tá executando combos lindos como se fosse uma coreografia de violência.

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Fonte: Team Ninja

Arsenal e Customização: Para Todos os Estilos de Jogador

Um dos pontos altos é a variedade de armas e habilidades. Enquanto Ryu mantém seu estilo clássico com a Dragon Sword e outras armas tradicionais, Yakumo conta com um arsenal mais diversificado que pode ser customizado conforme seu estilo de jogo. São espadas, kusarigamas, foices e até armas mais exóticas que mudam completamente a forma de abordar os combates.

O sistema de upgrades é robusto e recompensador. Usando a moeda do jogo (G), você pode desbloquear novos golpes, aumentar o dano das armas e adquirir habilidades especiais. A Sala de Treinamento é perfeita para testar combos e dominar a movimentação – funciona quase como um modo prática de jogos de luta, permitindo que você refine suas técnicas antes de encarar os desafios principais.

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Fonte: Team Ninja

Os Chefes: O Verdadeiro Teste de Habilidade

Se os combates comuns já são desafiadores, espera até enfrentar os chefes! Cada encontro com um chefe principal é praticamente um evento, com designs impressionantes e mecânicas de luta únicas. A sensação é de estar enfrentando inimigos dignos de um soulslike, mas mantendo a identidade própria de Ninja Gaiden.

Alguns chefes têm múltiplas fases e várias barras de vida, exigindo que você use tudo que aprendeu até então. É preciso observar padrões, encontrar aberturas e saber quando ser agressivo ou quando recuar. A satisfação de derrotar um chefe que te matou repetidas vezes é indescritível – é aquela vibe de “EU CONSEGUI!” que poucos jogos conseguem proporcionar.

Dificuldade Que Respeita o Jogador

O que eu mais gostei foi como o jogo lida com a dificuldade. Ele oferece quatro modos principais:

  • Herói: Perfeito pra quem quer curtir a história sem sofrer muito, com assistências automáticas
  • Adepto: O “normal” que já é bem desafiador – ideal para a primeira jogada
  • Mentor: Pra quem gosta de apanhar um pouco e já domina as mecânicas
  • Mestre Ninja: Só para os masoquistas de plantão – aqui um erro pode ser fatal

E o melhor: nenhum modo parece injusto. Quando você morre, a culpa é sempre sua – e essa sensação é incrivelmente recompensadora quando você finalmente supera aquele chefe que te matou 15 vezes. A curva de aprendizado é íngreme mas justa, te transformando de um novato desastrado em uma máquina de matar ninja.

Opções de Acessibilidade: Todo Mundo Pode Jogar

Um ponto que merece destaque é o cuidado com as opções de acessibilidade. Ninja Gaiden 4 oferece uma gama impressionante de configurações para adaptar a experiência a diferentes tipos de jogador. É possível ajustar:

  • Tremor da câmera
  • Sistema de trava automática em inimigos
  • Timing de resposta dos controles
  • Tamanho da interface e textos
  • Esquemas de controle alternativos
  • Opções de contraste e visibilidade

É refrescante ver um jogo conhecido por sua dificuldade se importar em ser mais inclusivo, sem comprometer a experiência dos veteranos que buscam o desafio máximo.

Performance e Localização: Notas Técnicas

Jogando no PS5, a performance foi impecável – 60 FPS estáveis na maior parte do tempo, o que é essencial num jogo de ação tão rápido. A versão PC também parece bem otimizada, segundo relatos da comunidade.

Para nós, jogadores brasileiros, uma ótima notícia: o jogo tem tradução completa para português! A localização está bem feita, capturando bem o tom da narrativa. Não há dublagem em português, mas honestamente? A dublagem japonesa é tão boa que você nem vai sentir falta. As performances dos seiyuus (dubladores japoneses) estão simplesmente perfeitas, dando vida aos personagens com muita emoção e autenticidade.

Beleza na Destruição: Um Visual com Personalidade

A direção de arte de Ninja Gaiden 4 é simplesmente espetacular. A fusão de elementos tradicionais japoneses com uma estética cyberpunk cria cenários memoráveis e únicos. Desde templos ancestrais cobertos de névoa até uma Tóquio futurista banhada em néon, cada ambiente conta uma história através de seu visual.

Os designs de inimigos são igualmente impressionantes. Soldados cibernéticos da Corporação Kuroi, bestas demoníacas ancestrais e criaturas mágicas – todos com designs distintos e cheios de personalidade. Os efeitos visuais durante os combates são um espetáculo à parte, com partículas de sangue, energia e destruição criando um caos visual que, de alguma forma, nunca fica confuso.

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Fonte: Team Ninja

Pontos a Melhorar: Onde o Jogo Peca

Claro, nenhum jogo é perfeito. Os gráficos técnicos não são os mais impressionantes da geração atual – algumas texturas parecem um pouco datadas e os modelos de personagens não têm o mesmo nível de detalhe de outros títulos AAA recentes. Fica claro que a prioridade foi o polimento do gameplay em detrimento dos gráficos de última geração.

A câmera também herda alguns problemas clássicos da série. Em combates em ambientes apertados ou contra múltiplos inimigos, ela pode ficar travada em geometrias ou não conseguir enquadrar todos os perigos adequadamente. O jogo tenta ajudar com indicadores de ataques fora da tela, mas em situações de caos total, isso nem sempre é suficiente.

Algumas fases também podem sentir-se um pouco repetitivas em sua estrutura básica de “mate-tudo-que-se-move”, embora a variedade de inimigos e a evolução do arsenal ajudem a mitigar esse problema.

Vale a Pena? Minha Opinião Sincera

Depois de tudo que experimentei, minha conclusão é clara: Ninja Gaiden 4 é um dos melhores action games dos últimos anos e um retorno triunfal para a franquia.

Para quem é fã da série ou do gênero hack and slash: COMPRA SEM MEDO! Este é exatamente o jogo que você estava esperando. Ele captura a essência dos clássicos enquanto adiciona mecânicas modernas e inteligentes que elevam a experiência.

Para jogadores novos no gênero: Vale a pena experimentar, mas talvez espere uma promoção. Comece pelo modo Herói para se acostumar com a jogabilidade antes de encarar desafios maiores.

O que eu amei:

  • Gameplay frenético e profundamente recompensador
  • Sistema de combate com camadas de complexidade estratégica
  • Dois protagonistas com estilos complementares e únicos
  • Dificuldade bem equilibrada e progressão de aprendizado excelente
  • Fator replay extremamente alto com ranks e desafios extras
  • Direção de arte inspirada e design de inimigos memorável

O que poderia ser melhor:

  • Gráficos técnicos um passo atrás da concorrência
  • Problemas ocasionais com a câmera em ambientes apertados
  • Algumas fases com estrutura um pouco repetitiva

No final das contas, Ninja Gaiden 4 é aquele jogo que me fez lembrar porque amo videogames. É desafiador, justo e te recompensa diretamente pela sua habilidade e perseverança. É o equivalente digital àquela sensação de dominar completamente uma habilidade difícil – frustrante às vezes, mas incrivelmente satisfatório quando você finalmente consegue.

Depois de zerar, eu já tô aqui farmando Cristais de Essência e tentando melhorar meus ranks nas fases. Quem topa o desafio comigo?

Nota Final: 9/10 – IMPERDÍVEL PARA FÃS DE AÇÃO!

E aí, curtiu o review? Já jogou Ninja Gaiden 4? Conta aqui nos comentários quantas vezes você morreu para aquele chefe do terceiro capítulo – a gente sabe qual é!

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